Introdução
Depois de indicar o
Espírito das bem-aventuranças, em especial da misericórdia para com próximo,
que deve ser acolhido como dom de Deus, animando a experiência cristã, Francisco,
neste capítulo, propõe algumas caraterísticas indispensáveis, que são graças preciosas
que devemos pedir a Deus, para viver a santidade nos dias de hoje e dar
testemunho do Evangelho (cf. GE, 110).
São, na verdade, cinco
grandes manifestações do amor a Deus e ao próximo particularmente importantes, dados
os riscos e os limites da cultura em que viuvemos, marcada pela ansiedade e pela
violência, que nos dispersa e enfraquece, pelo negativismo e pela tristeza, pelo
comodismo consumista egoísta, pelo individualismo e pelas inúmeras formas de
falsa espiritualidade sem Deus, que reinam no mercado religioso atual (§ 111).
Francisco Catão
A primeira destas
grandes graças é permanecer centrado, firme em Deus que ama e sustenta. A
partir desta firmeza interior, aguentar e suportar as contrariedades, as
vicissitudes da vida e também as agressões, as suas infidelidades e defeitos dos
outros. Nisto está a fonte da paz (§112).
Pode acontecer que
cristãos cheguem a fazer parte de redes de violência verbal através da internet
e vários fóruns ou espaços de intercâmbio digital. Mesmo nas midias
católicas, a ultrapassar os limites, tolerando a difamação e a calúnia. A
língua descontrolada «é um mundo de iniquidade» (§115). A firmeza interior,
obra da graça, impede de nos deixarmos arrastar pela violência que invade a
vida social, porque a graça aplaca a vaidade e torna possível a mansidão do
coração (§116).
Não podemos assumir
o papel de juízes e pretender continuamente dar lições (§117). A humildade só
se pode enraizar no coração através das humilhações. A santidade que Deus dá à
sua Igreja vem através da humilhação do seu Filho: este é o caminho (§118).
Refiro-me às humilhações diárias daqueles que evitam falar bem de si mesmos e
preferem louvar os outros em vez de se gloriar (§119). Pressupõe um coração
pacificado por Cristo, para não cair na tentação de procurar a segurança
interior no sucesso, nos prazeres vazios, na riqueza, no domínio sobre os
outros ou na imagem social (§121).
A segunda característica é a alegria e sentido
de humor. O santo é capaz de
viver com alegria e sentido de humor. Sem perder o realismo, ilumina os outros
com um espírito positivo e rico de esperança. (§122).
Não falo da alegria
individualista presente no consumismo de hoje que só atravanca o coração. Ainda
que proporcione prazeres ocasionais e passageiros, não e fonte da alegria que
se vive em comunhão, que se partilha e comunica, pois «a felicidade está mais
em dar do que em receber» (§128).
A terceira característica é a ousadia e o ardor do impulso evangelizador que deixa uma marca
neste mundo. Ousadia, entusiasmo, liberdade interior e no falar, ardor
apostólico: tudo isto está contido no termo grego parresia, palavra com
que a Bíblia expressa a liberdade duma existência aberta, disponível para Deus
e para os irmãos (§129).
Olhemos para Jesus!
Sua entranhada compaixão O impelia a sair de Si mesmo a fim de anunciar, mandar
em missão, curar e libertar. Somos frágeis, mas portadores dum tesouro que nos
faz grandes, torna melhores e mais felizes aqueles que o recebem. (§131). Precisamos
do impulso do Espírito para não ser paralisados pelo medo e pelo calculismo. Quando
os apóstolos sentiram a tentação de se deixar paralisar pelos medos e perigos,
juntaram-se a rezar pedindo parresia (§133)
A quarta característica é buscar viver em comunidade: a santificação é um caminho comunitário (§141).
A comunidade, ao nos aproximar uns dos outros, cria aquele «espaço teologal em
quer se experimenta a presença mística do Senhor ressuscitado» (§142). A vida
comunitária, na família ou em qualquer outra comunidade, compõe-se de pequenos
detalhes diários (§143.), em que se vive a atenção e o amor ao próximo. Lembremo-nos como Jesus convidava os seus
discípulos a prestar atenção a esses detalhes (§144. Na comunidade que valoriza
os pequenos detalhes do amor sucede, às vezes, que o Senhor, por um dom de seu
amor, nos presenteie com consoladoras experiências de Deus (§145). Contra a tendência para o individualismo
consumista, o nosso caminho de santificação nos identifica com o de Jesus. (§146)
A quinta característica é viver em oração
constante. Parece óbvio, mas é sempre preciso lembrar que a santidade, em última análise é feita
de abertura habitual à transcendência, que se expressa na oração e na adoração
e envolve toda a vida. O santo é uma pessoa com espírito orante, que tem necessidade
de estar em comunicação com Deus (§147).
A contemplação da
face de Jesus morto e ressuscitado recompõe a nossa humanidade, fragmentada
pelas canseiras da vida ou marcada pelo pecado. (§151). Que não se entenda,
porém, o silêncio orante como uma evasão que nega os outros nem o mundo que nos
rodeia (§152).
A oração,
precisamente porque se alimenta do dom de Deus na nossa vida, deveria ser
sempre rica das obras de Deus, cuja memória está na base da experiência da
aliança entre Deus e o seu povo. Memória agradecida (§153), expressão do
coração daquele que confia em Deus, pois sabe que sozinho nada consegue. A
oração será mais agradável a Deus e mais santificadora, se nela incluirmos o
compromisso fraterno com os outros, nela incorporando sua vida, suas angústias
e seus melhores sonhos (§154).
Se verdadeiramente
acreditarmos que Deus existe, não podemos deixar de viver p§§ara Ele (§155).
A leitura orante da
Palavra de Deus permite-nos ficar à escuta do Mestre, fazendo da sua palavra o
farol para os nossos passos e a luz para o nosso caminho (§156). O encontro com
Jesus nas Escrituras conduz-nos à Eucaristia, onde essa mesma Palavra atinge a
sua máxima eficácia, porque é presença real d’Aquele que é a Palavra viva (§157).
Jornal "O São Paulo",
edição 3199, 16 a 22 de maio de 2018.
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