Ilustração: Sergio Ricciuto Conte |
Evangelizar é preciso porque este foi o mandato de Nosso
Senhor Jesus Cristo, que disse: “Ide por todo mundo pregai o Evangelho a toda a
criatura” (Mc 16, 15). São João Paulo II fez ecoar essas palavras de Jesus,
quando disse que muitos são batizados, mas pouquíssimos são evangelizados.
Evangelizar é preciso em sintonia com a Igreja do Brasil e seu Projeto:
“Queremos ver Jesus, caminho, verdade e vida”.
Nunca o nome de Jesus foi tão falado e propagado, mas,
infelizmente, como um “fast food espiritual” que resolve o problema de todos
principalmente daqueles que arrecadam no uso de Seu nome. A única forma de
lutar contra todas essas leviandades de uma fé banalizada é levar as pessoas a
uma experiência profunda com Jesus, resgatando-as para Ele.
A própria Igreja no Brasil, nos lança os desafios quando
pede uma evangelização que atinja a pessoa, a comunidade e a sociedade. Desafio
que se torna maior ainda quando nos questionamos se evangelizar, segundo as
palavras de Jesus, “Eu vos farei pescadores de homens”, significa pescar num
aquário ou reduzir nossa evangelização a sermões dados e bem preparados àqueles
que frequentam a Igreja. A Igreja nos
desafia a evangelizar e a trazer de volta o católico “de ocasião”, aquele que
só vem para batizados, missa de sétimo dia ou quando o desgosto da vida faz com
que a pessoa busque a Igreja como um “supermercado de graças”.
O desafio da evangelização se faz maior quando somos
chamados a “lançar redes em águas mais profundas”, para resgatar os jovens que,
cada vez mais, estão distantes da Igreja e dos quais exigimos, quando nela
estão, que se comportem como adultos e pessoas da terceira idade.
Faz-se necessário lembrar que os protagonistas da
evangelização deste milênio não são, necessariamente, os sacerdotes, mas os
leigos chamados a evangelizar pelo testemunho da vida, pelas obras e pela fé.
Deus não é um “supermercado de graças” e não precisamos
querer arrancar algo D’Ele.
Se evangelizar é uma urgência e se somos evangelizadores,
então como evangelizar? Para nós que somos evangelizadores, evangelizar é
acolher cada pessoa que chega e que se sente deslocada. Evangelizar é acolher
aqueles que tropeçam no decorrer de sua vida e se desviaram da graça. Evangelizar
é estender o braço para aquele que está caído. Evangelizar é oferecer uma nova
chance para aquele que quer se redimir. Evangelizar é acolher e trazer de volta
a ovelha machucada e desgarrada que já sofreu muito no mundo e levou pancada
demais, de outros e falsos pastores. Evangelizar é falar o que Jesus disse,
fazer o que Jesus fez. Evangelizar é encurtar distâncias, é ser ponte onde há
inimizades, é saber criar situações onde o bem comum fale mais alto e a justiça
de Deus aconteça.
A humanidade está faminta de Deus e não é justo que deixemos
que eles vivam de migalhas. Não podemos nos esquecer dos ensinamentos da
multiplicação dos pães. A humanidade está sedenta de água viva e se envenena
com a água contaminada do medo, da violência e da insegurança. Não é justo
guardarmos as talhas para nós e deixarmos que a água pura e cristalina jorre
somente entre os átrios de nossas Igrejas.
Creio numa evangelização feita com arte, como uma grande
sinfonia, onde no todo há harmonia e cada instrumento é importante e singular.
Evangelizar é preciso porque é na Palavra de Cristo que
encontraremos as ferramentas necessárias para despertar consciências
adormecidas e relaxadas, que semeiam valores contrários à família, à fidelidade
ao respeito e ao amor.
Jornal "O São Paulo", edição 3064, de 12 a 18 de
agosto de 2015.
Acredito que o Padre Reginaldo Manzzotti descreve com propriedade a necessidade do povo de se aproximar e conhecer aquele que pode transformar as nossas vidas. Cristo. O que ele nos pede diariamente é que sejamos testemunhas vivas dele. Felicidades.
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