quarta-feira, 23 de agosto de 2017

A responsabilidade política de cada um

É falsa a percepção de que cada um de nós não pode fazer nada como indivíduo ou é impotente para mudar nossa situação política. Isso não é verdade! Vivemos um período em que existe uma grande oportunidade para se reconhecer a importância de bons políticos.
Durante décadas, deixamos os políticos em quem votamos fazerem o que bem entendessem, sem nos preocuparmos muito com eles. Quem se lembra em quem votou na última eleição? Quantos de nós não votou somente porque o candidato era conhecido ou “parecia” ser simpático ou honesto? Muitos votaram porque o nome caiu em suas mãos poucas horas antes ou no dia anterior à votação.
Há situações ainda piores: muitos votam em políticos que lhes “dão coisas”, oferecem churrascos ou prometem pequenos benefícios à população para receberem votos, fazendo muitos pensarem que o sucesso na política depende de quem melhor “compra” a população. Essas pessoas tornam-se políticos com curral eleitoral pessoal, sem propostas amplas para o bem do País, sem compromisso com um partido e, portanto, sem preocupação com a boa governança e o bem comum.
 Mas, ainda há mais: muitos políticos que chegam ao poder são pessoas sem carisma político que não têm preparação para o cargo, e estão lá apenas porque foram pesadamente financiadas por grupos econômicos poderosos e colocados no poder para defender seus interesses particulares.
Hoje, temos oportunidade de conhecer melhor os políticos, como pensam e o que falam. Mas essa oportunidade, surgida em meio a uma grande crise de representatividade que chegou a prejudicar gravemente o País e a economia, ainda precisa ser muito mais aproveitada.
É preciso que cada um de nós busque conhecer melhor cada político, sua origem, sua escolaridade, sua profissão, sua fortuna e riqueza declarada, seus atos políticos prévios, seus problemas com a justiça. Precisamos ajudar nossos parentes e amigos a se informarem e a divulgar essas informações.
Como o Papa Francisco tem dito, essa é uma responsabilidade nossa como cristãos. Ser cristão é trabalhar para o bem comum, se interessar pelo mundo e amar a todos, como fez Jesus Cristo.
Hoje, há muitos meios à nossa disposição nas redes sociais para se obter essas informações. Não nos esqueçamos de forma alguma que foi por nossa responsabilidade que eles chegaram no Congresso.
Ana Lydia Sawaya
Jornal "O São Paulo", edição 3162, 16 a 22 de agosto de 2017.

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