quarta-feira, 14 de outubro de 2015

As etapas de preparação ao sínodo

Ilustração: Sergio Ricciuto Conte
Pe. Denilson Geraldo, SAC, é professor da Faculdade de Teologia da PUC-SP e membro da Cátedra André Franco Montoro de Direito da Família da PUC-SP. 

O Sínodo é um evento eclesial e envolve a todos os católicos, principalmente pelo tema que será tratado: a família. Paralelamente ao Sacramento do Matrimônio, vemos que o Sínodo exige uma preparação em três etapas. A primeira é a preparação remota que significa a aceitação das determinações do Vaticano II, pois o Sínodo dos Bispos tem desempenhado uma notável aplicação dos ensinamentos e orientações do Concílio, seja doutrinal, seja pastoral na vida da Igreja universal. A chave sinodal para leitura do Concílio tornou-se um lugar de interpretação, aplicação e desenvolvimento do próprio Vaticano II.
Do ponto de vista organizacional, a concretização de um Sínodo supõe longa preparação. Os trabalhos iniciam-se com uma comissão constituída no Sínodo anterior e com a elaboração de um questionário sobre o tema tratado. A comissão, com base nas respostas provenientes da ampla consulta, elabora uma síntese chamada Lineamenta (linhas gerais), sendo enviada novamente aos bispos, e com as respostas se elabora o Instrumentum laboris (instrumento de trabalho). Ambos os documentos são amplamente divulgados e colocados à disposição, como de fato aconteceu neste Sínodo sobre a família. Embora seja público, este Instrumento de trabalho tem apenas caráter provisório do documento que será objeto de discussão durante o Sínodo, não é, pois, uma versão preliminar das conclusões finais, mas apenas um texto de apoio para centralizar a discussão sobre o tema do Sínodo. Esta segunda etapa pode ser chamada de preparação próxima ao Sínodo que exigiu participação e interesse pelas questões colocadas pelo Papa.
Sínodo significa um caminho feito juntos, é uma experiência da unidade e da catolicidade da Igreja, é um organismo representativo do episcopado solicitado pelo Vaticano II no Decreto sobre o múnus pastoral dos bispos na Igreja e que, por sua natureza, e pelo número de pessoas envolvidas se trata do maior evento da Igreja, depois de um Concílio Ecumênico. Sua celebração significa a busca de sintonia com os problemas atuais, sobretudo de natureza pastoral, examinando os sinais dos tempos, procurando adaptar os meios e métodos do apostolado às necessidades atuais e as condições de mudança da sociedade, levando ao fortalecimento dos laços entre os bispos como um verdadeiro sínodo episcopal. Esta é terceira etapa, a preparação imediata, isto é, o desejo de não caminhar sozinho, mas com a Igreja. O significado prático desta disposição interior é a comunhão eclesial manifesta na obediência sincera e dócil ao Papa e aos bispos, bem como, na oração pelo Sínodo e nas obras de caridade que são capazes de abrir o coração e a mente para entender os desígnios de Deus para o momento que vivemos.
O intercâmbio de informações e sugestões à luz do Evangelho e dos ensinamentos da Igreja que acontece no Sínodo está em benefício a toda Igreja para conservar a comunhão na pluralidade das culturas e situações. Para que isto aconteça, tudo dependerá da aplicação real que é dada às suas conclusões, sob a liderança das Conferências Episcopais e das Igrejas locais. Assim, este pós-sinodal requer, como na preparação, confiança na Providência Divina e dedicação para que todo este trabalho não caia no esquecimento, mas que os frutos permaneçam na Igreja e na sociedade.
Jornal "O São Paulo", edição 3072, de 07 a 13 de outubro de 2015.

3 comentários:

  1. rezemos para o Espirito santo ilumine o Sínodo, trazendo reflexão a toda sua igreja, elementos que possa indicar novos caminhos e sejamos fieis na vida de nossas pastorais tendo como Cristo como sinal sinal ´fé amor e esperança.MARÇAL

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  2. REZEMOS PELO SINODO DOS BISPO, QUE O ESPIRITO ILUNINE,PARA NOVOS RUMOS DOS CRISTÃO, FÉ AMOR E ESPERANÇA A LUZ DA PALAVRA DE CRISTO, QUE POSSAMOS VIVER E CAMINHAR NA UNIDADE

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