segunda-feira, 11 de junho de 2018

A saúde na agenda da ONU 2030: Saúde e bem-estar para todos, em todas as idades


Leo Pessini

Na agenda do Desenvolvimento Sustentável da ONU 2030 (2015-2030), que substitui a agenda dos objetivos do Milênio (2000-2015), entre os dezessete objetivos para a transformação do mundo, o no. 3, é exclusivamente dedicado à saúde e tem como meta: “Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades”.  Os dados que apresentamos a seguir são dados oficiais da ONU.
No horizonte estratégico das prioridades a serem assumidas prevê-se para 2030:
1) Reduzir a taxa de mortalidade materna global para menos de 70 mortes por cem mil nascidos vivos.
2) Acabar com as mortes evitáveis de recém-nascidos e crianças menores de 5 anos, com todos os países objetivando reduzir a mortalidade neonatal para pelo menos 12 por mil nascidos vivos e a mortalidade de crianças menores de 5 anos para pelo menos 25 por mil nascidos vivos.
3) Eliminar as epidemias de AIDS, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas, e combater a hepatite, doenças transmitidas pela água, e outras doenças transmissíveis.
4) Reduzir em um terço a mortalidade prematura por doenças não transmissíveis via prevenção e tratamento, e promover a saúde mental e o bem-estar
5) Reforçar a prevenção e o tratamento do abuso de substâncias, incluindo o abuso de drogas entorpecentes e uso nocivo do álcool
6) Até 2020, reduzir pela metade as mortes e os ferimentos globais por acidentes em estradas.  Somente no Brasil, hoje temos anualmente em torno de 36 mil mortes no trânsito/estradas, com aproximadamente 350 mil feridos.
7) Até 2030, assegurar o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, incluindo o planejamento familiar, informação e educação, bem como a integração da saúde reprodutiva em estratégias e programas nacionais.
8) Atingir a cobertura universal de saúde, incluindo a proteção do risco financeiro, o acesso a serviços de saúde essenciais de qualidade e o acesso a medicamentos e vacinas essenciais seguros, eficazes, de qualidade e a preços acessíveis para todos.
9) Até 2030, reduzir substancialmente o número de mortes e doenças por produtos químicos perigosos, contaminação e poluição do ar e água do solo.
a) Fortalecer a implementação da Convenção para o Controle do Tabaco em todos os países.
b) Apoiar a pesquisa e o desenvolvimento de vacinas e medicamentos para as doenças transmissíveis e não transmissíveis, que afetam principalmente os países em desenvolvimento, proporcionar o acesso a medicamentos e vacinas essenciais a preços acessíveis, proteger a saúde pública e, proporcionar o acesso a medicamentos para todos.
c) Aumentar substancialmente o financiamento da saúde e o recrutamento, desenvolvimento e formação, e retenção do pessoal de saúde nos países em desenvolvimento, especialmente nos países menos desenvolvidos e nos pequenos Estados ilha.
d) Reforçar a capacidade de todos os países, particularmente os países em desenvolvimento, para o alerta precoce, redução de riscos e gerenciamento de riscos nacionais e globais de saúde.
A agenda de trabalhos e prioridades é simplesmente gigantesca e exige esforços comuns de investimentos vultosos de todos os países e organizações afins.  Pelo menos metade da população mundial não tem acesso a serviços essenciais de saúde e as populações com acesso gastam grande parte do orçamento com despesas médicas.  De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 800 milhões de pessoas no mundo gastam 10% do que ganham com saúde e quase 100 milhões são obrigadas a viver com menos de US$ 1,90 por dia por conta desses gastos. "É completamente inaceitável que metade do mundo ainda não tenha cobertura para os serviços de saúde mais essenciais", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, em nota.
No plano estratégico da OMS para os próximos cinco anos temos três mega prioridades a saber: “ver um bilhão de pessoas aproveitando os benefícios da cobertura de saúde universal”; “ver um bilhão de pessoas protegidas contra emergências de saúde”; e, por fim, “ver um bilhão de pessoas vivendo com mais saúde e bem-estar”.
Vamos acompanhar, não só para ver o que acontecerá, mas para que isto seja uma realidade.

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