segunda-feira, 31 de julho de 2017

O clima e o final dos tempos


Desde 1997, portanto há vinte anos, começava o longo processo de discussão internacional sobre a proteção do clima. Tudo culminou com a assinatura do chamado Acordo de Paris, em 2015. Ficou acertado ao longo desse tempo que os países cuidariam de reduzir a produção de gases que provocam o chamado efeito-estufa e que outras tantas medidas para a proteção do planeta seriam adotadas ao longo do tempo.
A realização da cúpula do G-20, que reúne os países representativos de quase noventa por cento da economia mundial assinalaria o momento de concretização desse conjunto de providências.
A cúpula, porém, não teria um final feliz, como ficou evidenciado pelo anuncio antecipado pelo Presidente dos Estados Unidos, Trump, de que iria retirar seu apoio ao Acordo. Disso tomaram nota os membros do G20, sem que possam fazer nada a respeito.
O grave problema é que o mau exemplo dos EUA já foi seguido pela Turquia, que nem mesmo assinara o documento, e só por muita habilidade da diplomacia alemã não gerou a ruptura da Arábia Saudita e da Indonésia. Isto é, antes mesmo de produzir efeitos o acordo já está sendo violado.
Ao inserir na pauta da doutrina social da Igreja, que desde a edição da histórica Rerum novarum para além dos aportes relativos ao mundo do trabalho, da paz e do desenvolvimento, agora também se ocupa do tema ambiental, o Papa Francisco explicitou que existe, e ninguém deixa de reconhecer, verdadeira “divida ecológica” posto que: «O aquecimento causado pelo enorme consumo de alguns países ricos tem repercussões nos lugares mais pobres da terra».
E, no ponto 52 da Laudato Si´, o Papa exorta, com claridade: É necessário que os países desenvolvidos contribuam para resolver essa dívida, limitando significativamente o consumo de energia não renovável e fornecendo recursos aos países mais necessitados para promover políticas e programas de desenvolvimento sustentável.
Percebe-se a objetividade da proposta: quem poluiu além da conta deve, necessariamente, limitar o consumo de modo a que os demais possam incrementar o respectivo desenvolvimento que, decerto, exigirá maiores demandas energéticas.
Embora o presidente francês Macron, que acaba de tomar posse, tenha mantido a esperança acesa ao anunciar que outra cúpula mundial será convocada para o próximo mês de dezembro, em comemoração ao segundo aniversário do acordo de Paris, é certo que o clima está muito quente e a combustão pode fazer derruir em uma imensa bola de fogo, todo o mundo universo.
Wagner Balera
Jornal "O São Paulo", edição 3159, 26 de julho a 2 de agosto de 2017.

Um comentário:

  1. Cientistas de respeito têm comentado que o aquecimento lobal é um fenômeno natural e cíclico onde os efeitos do homem são muito pontuais e insignificantes no todo planetário. O que manda no clima realmente são os oceanos (a maior parte da superfície da terra é composta de água) e o que se passa debaixo dele, onde o homem não interfere tanto assim. Esses cientistas denunciam um lobby criado para subjugar ainda mais as nações em desenvolvimento, tal como a falácia do controle da natalidade. Para nos impingir novos produtos e tecnologias mais caros quando poderíamos ainda estar usando os mais baratos, aumentando sua riqueza e nosso endividamento. É preciso estar atento a essas vozes também, que dificilmente aparecem na grande mídia. Não poluir terra, ar e água, é imperativo, mas não por causa do aquecimento global, que cairá sobre nós de qualquer jeito. É imperativo para que tenhamos saúde, beleza, e preservemos o que Deus nos deu.

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