sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Checklist para a defesa da família

Francisco Borba Ribeiro Neto, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP

Num momento em que tanto se fala nas ameaças e na necessidade de defender a família, as exortações apostólicas Familiaris consortio (FC), de São João Paulo II, e Amoris laetitia (AL), do Papa Francisco, podem oferecer uma autêntica checklist para verificarmos se estamos realmente comprometidos com essa luta, vivendo-a integralmente. Sem querer resumir toda a riqueza desses documentos, podemos elencar os tópicos a seguir:
● Conhecer a situação e saber discernir a partir da sabedoria cristã (FC 4-8, AL 31-57): temos que entender os problemas com clareza, sem julgamentos esquemáticos ou ideológicos, deixando que a fé e a caridade orientem nosso agir.
● Reconhecer o desígnio de Deus sobre a família e vive-la nessa perspectiva (FC 11-15, AL 8-18, 58-88), pois não podemos deixar de perceber a graça que recebemos na família e a missão que daí nasce.
● Educarmo-nos para o amor e a comunhão conjugal (FC 18-21, AL 89-164, 205-230), pois nossa sociedade não prepara para o amor e a comunhão e esse despreparo é a razão de muitos casamentos falidos.
● Acolher a todos os membros da família, com suas necessidades, fragilidades e riquezas: a mulher (FC 22-24), o esposo (FC 25), os filhos (FC 26, AL 188-190), os anciãos (FC 27, Al 191-193), os irmãos e demais parentes (AL 194-198).
● Abrir-se para o dom da vida e a fecundidade, não perdendo de vista os sentidos unitivo e procriativo da sexualidade humana (FC 28-32, AL 165-186).
● Apoiar tanto com o ensinamento moral quanto por meio da acolhida concreta os cônjuges em dificuldade (FC 33-35, AL 231-258).
● Assumir a educação dos filhos família (FC 36-44, AL 259-290), sendo protagonistas naqueles âmbitos que mais competem à como a moralidade e a afetividade), mas também os acompanhando na vida escolar, na sociabilização entre amigos, etc.
● Contribuir, como família, para o desenvolvimento da sociedade, onde se destacam as obras em prol dos pobres e a hospitalidade (FC 44) e a luta pelo reconhecimento dos direitos da família (FC 46).
● Desenvolver uma autentica espiritualidade conjugal e familiar (AL 313-325).
Cabe a nós a pergunta: como, e até que ponto, nossas comunidades, paróquias e movimentos têm se engajado no trabalho a partir dessas proposições? A maior contribuição da Igreja para o fortalecimento das famílias é criar comunidades cristãs que formem bem e apoiem as famílias e seus membros. Se dermos esse testemunho para o mundo, o resto virá por acréscimo, nos tempos e desígnios de Deus.

Jornal "O São Paulo", edição 3174, 8 a 14 de novembro de 2017.

Nenhum comentário:

Postar um comentário