segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Enfrentando as desigualdades da saúde global (II)

Léo Pessini, doutor em Teologia Moral-Bioética e pós-graduado em Clinical Pastoral Education and Bioethics, pelo St. Luke`s Medical Center, em Milwaukee, nos EUA. Atualmente exerce a função de Superior Geral dos Camilianos, em Roma.

Como já vimos em artigo anterior, o Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral, em cooperação com a Confederação internacional de Instituições de saúde Católicas, estará realizando de 16-18 de novembro próximo a 32ª. Conferência Internacional abordando a temática das “Desigualdades na Saúde Global”.
O desafio que a humanidade tem pela frente em termos de superação de situações de enfermidades e morte é gigantesco.  Anualmente 303.000 mulheres  morrem por causa de complicações com a gravidez e parto; quase 6 milhões de crianças morrem antes da idade de 6 anos; 2 milhões de pessoas são infectadas com o HIV/AIDS e existem mais de 9.6 milhões de novos casos de tuberculose e 214 milhões de casos de malária; 1.7 bilhão de pessoas necessitam de tratamentos para as doenças tropicais negligenciadas; mais de 10 milhões de pessoas morrem antes da idade dos 70 anos por causa de doenças cardiovasculares e câncer; 800.000 pessoas cometem suicídio; mais de um milhão de pessoas morrem em consequência de acidentes no transito, nas cidades estradas; 4,3 milhões de pessoas morrem por causa de patologias ligadas com a poluição causados pelos combustíveis usados para cozinhar; 3 milhões de pessoas morrem por causa da poluição atmosférica.
Estes desafios não podem ser vencidos sem o enfrentamento dos fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento destas situações patológicas: 1.1 bilhão de pessoas fumam produtos de tabaco; 156 milhões de crianças menores de 5 anos estão atrofiadas e 43 milhões de crianças com menos de 5 anos são obesas; 1.8 bilhão de pessoas ainda bebem agua contaminada e 946 milhões de pessoas não tem facilidades higiênicas em suas casas; 3.1 bilhão de pessoas utilizam combustíveis poluentes para cozinhar.  A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que “sistemas de saúde fracos, permanecem como um obstáculo em muitos países, resultando em deficiências na cobertura até mesmo para aos serviços de saúde mais básicos”.
Diante desse quadro, os objetivos deste importante evento internacional da Igreja Católica são assim articulados. “Informar para conhecer, conhecer par agir, agir para mudar, mudar para oferecer serviços de saúde que protejam o direito à vida de toda pessoa, com a perspectiva esperançosa de uma resposta global em rede, para enfrentar os desafios internacionais das desigualdades”.
Jornal "O São Paulo", edição 3168, 27 de setembro a 3 de outubro de 2017.

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