Léo Pessini, doutor em Teologia
Moral-Bioética e pós-graduado em Clinical Pastoral Education and Bioethics,
pelo St. Luke`s Medical Center, em Milwaukee, nos EUA. Atualmente exerce a
função de Superior Geral dos Camilianos, em Roma.
Como já vimos em artigo anterior, o Dicastério para a
Promoção do Desenvolvimento Humano Integral, em cooperação com a Confederação
internacional de Instituições de saúde Católicas, estará realizando de 16-18 de
novembro próximo a 32ª. Conferência Internacional abordando a temática das “Desigualdades
na Saúde Global”.
O desafio que a humanidade tem pela frente em termos de
superação de situações de enfermidades e morte é gigantesco. Anualmente 303.000 mulheres morrem por causa de complicações com a
gravidez e parto; quase 6 milhões de crianças morrem antes da idade de 6 anos; 2
milhões de pessoas são infectadas com o HIV/AIDS e existem mais de 9.6 milhões
de novos casos de tuberculose e 214 milhões de casos de malária; 1.7 bilhão de
pessoas necessitam de tratamentos para as doenças tropicais negligenciadas; mais
de 10 milhões de pessoas morrem antes da idade dos 70 anos por causa de doenças
cardiovasculares e câncer; 800.000 pessoas cometem suicídio; mais de um milhão
de pessoas morrem em consequência de acidentes no transito, nas cidades
estradas; 4,3 milhões de pessoas morrem por causa de patologias ligadas com a
poluição causados pelos combustíveis usados para cozinhar; 3 milhões de pessoas
morrem por causa da poluição atmosférica.
Estes desafios não podem ser vencidos sem o enfrentamento
dos fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento destas situações
patológicas: 1.1 bilhão de pessoas fumam produtos de tabaco; 156 milhões de
crianças menores de 5 anos estão atrofiadas e 43 milhões de crianças com menos
de 5 anos são obesas; 1.8 bilhão de pessoas ainda bebem agua contaminada e 946
milhões de pessoas não tem facilidades higiênicas em suas casas; 3.1 bilhão de
pessoas utilizam combustíveis poluentes para cozinhar. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma
que “sistemas de saúde fracos, permanecem como um obstáculo em muitos países,
resultando em deficiências na cobertura até mesmo para aos serviços de saúde
mais básicos”.
Diante desse quadro, os objetivos deste importante evento
internacional da Igreja Católica são assim articulados. “Informar para
conhecer, conhecer par agir, agir para mudar, mudar para oferecer serviços de
saúde que protejam o direito à vida de toda pessoa, com a perspectiva esperançosa
de uma resposta global em rede, para enfrentar os desafios internacionais das
desigualdades”.
Jornal "O São
Paulo", edição 3168, 27 de setembro a 3 de outubro de 2017.
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