Léo Pessini, doutor em Teologia
Moral-Bioética e pós-graduado em Clinical Pastoral Education and Bioethics,
pelo St. Luke`s Medical Center, em Milwaukee, nos EUA. Atualmente exerce a
função de Superior Geral dos Camilianos, em Roma.
O novo Dicastério da Santa Sé, que visa a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral,
em cooperação com a Confederação
internacional de Instituições de saúde Católicas, estará realizando de
16-18 de novembro próximo, na cidade do Vaticano, a 32ª. Conferência
Internacional abordando a temática das “Desigualdades
na Saúde Global”.
Este
novo Dicastério Pontifício, prossegue com a realização de Conferencias que eram
realizadas já há mais de 30 anos, anteriormente organizado pelo ex-Pontificio
Conselho para a Pastoral da Saúde”. Na
31ª. Conferência, realizadas em 2016, abordou-se o tema “Para uma cultura de acolhida e apoio para com as pessoas acometidas por
doenças raras e negligenciadas”. Enfatizou-se também que tais condições de
doença, infligem graves ônus econômicos e de cuidados de saúde, para a
população, particularmente nos países mais pobres do mundo.
Uma das
conclusões da 31ª Conferência Internacional (2016) assinalou a necessidade “de
examinar de uma forma adequada, e enfrentar concretamente a questão das
desigualdades no campo da saúde, bem como os fatores sociais, econômicos,
ambientais e culturais que estão atrás delas”. Dados do evento de 2016 colhidos a partir de
estudos internacionais chamam a atenção para os fatores determinantes das
desigualdades na saúde global. A expectativa de vida aumentou em 5 anos entre
2000 e 2015. Este aumento o maior na região Africana (mais 9,4 anos), como
consequência da aumento de sobrevivência infantil, progresso no controle da
malária e a expansão ao acesso aos antirretrovirais para o tratamento dos vírus
HIV/AIDS. A expetativa de vida para
crianças nascidas em 2015 era de 71.4 anos (73.8 anos para mulheres e 69.1 anos
para homens). Contudo estes estudos mostram que o fosso entre países de baixa e
alta renda, continua aumentando. De fato, crianças recém nascidas em 29 países
– todos de alta renda – tem uma esperança média de vida de 80 anos ou mais (a
mais alta é 86,8 anos para as mulheres japonesas), enquanto que recém nascidos
em 22 países da África subsaariana tem uma expectativa de vida de menos de 60
anos, com a menor percentagem em Serra Leoa, com 50.8 anos para as mulheres e
49,3 anos para os homens.
Jornal
"O São Paulo", edição 3164, 31 de agosto a 5 de setembro de 2017.
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