terça-feira, 5 de setembro de 2017

Enfrentando as desigualdades da saúde global (I)

Léo Pessini, doutor em Teologia Moral-Bioética e pós-graduado em Clinical Pastoral Education and Bioethics, pelo St. Luke`s Medical Center, em Milwaukee, nos EUA. Atualmente exerce a função de Superior Geral dos Camilianos, em Roma.

O novo Dicastério da Santa Sé, que visa a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral, em cooperação com a Confederação internacional de Instituições de saúde Católicas, estará realizando de 16-18 de novembro próximo, na cidade do Vaticano, a 32ª. Conferência Internacional abordando a temática das “Desigualdades na Saúde Global”.
                Este novo Dicastério Pontifício, prossegue com a realização de Conferencias que eram realizadas já há mais de 30 anos, anteriormente organizado pelo ex-Pontificio Conselho para a Pastoral da Saúde”.  Na 31ª. Conferência, realizadas em 2016, abordou-se o tema “Para uma cultura de acolhida e apoio para com as pessoas acometidas por doenças raras e negligenciadas”. Enfatizou-se também que tais condições de doença, infligem graves ônus econômicos e de cuidados de saúde, para a população, particularmente nos países mais pobres do mundo.  
                Uma das conclusões da 31ª Conferência Internacional (2016) assinalou a necessidade “de examinar de uma forma adequada, e enfrentar concretamente a questão das desigualdades no campo da saúde, bem como os fatores sociais, econômicos, ambientais e culturais que estão atrás delas”.  Dados do evento de 2016 colhidos a partir de estudos internacionais chamam a atenção para os fatores determinantes das desigualdades na saúde global. A expectativa de vida aumentou em 5 anos entre 2000 e 2015. Este aumento o maior na região Africana (mais 9,4 anos), como consequência da aumento de sobrevivência infantil, progresso no controle da malária e a expansão ao acesso aos antirretrovirais para o tratamento dos vírus HIV/AIDS.  A expetativa de vida para crianças nascidas em 2015 era de 71.4 anos (73.8 anos para mulheres e 69.1 anos para homens). Contudo estes estudos mostram que o fosso entre países de baixa e alta renda, continua aumentando. De fato, crianças recém nascidas em 29 países – todos de alta renda – tem uma esperança média de vida de 80 anos ou mais (a mais alta é 86,8 anos para as mulheres japonesas), enquanto que recém nascidos em 22 países da África subsaariana tem uma expectativa de vida de menos de 60 anos, com a menor percentagem em Serra Leoa, com 50.8 anos para as mulheres e 49,3 anos para os homens.
Jornal "O São Paulo", edição 3164, 31 de agosto a 5 de setembro de 2017.

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